A fome generalizada, a pior denúncia a Direitos Humanos
A 60 anos (10/12/1948) da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Sergio Ferrari, desde as Nações Unidas, em Genebra, SuíçaTradução: ADITAL
Era o dia 1º de dezembro de 1948. Apenas passados os horrores da II Guerra Mundial.
Nesse dia, os representantes dos 58 Estados que, na época, integravam as Nações Unidas assinaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento "fundador", que continua servindo de marco e referência ao funcionamento de um mundo que se auto-proclama civilizado.
2008, uma cifra que cria pânico: 963 milhões de pessoas passam fome no planeta. Assim apresenta um informe da Agência das nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que acaba de ser publicado.
60 anos mais tarde, após a assinatura daquela Declaração visionária, os Direitos Humanos vivem uma de suas piores crises, no âmbito de todos os direitos básicos, dos econômico-sociais e culturais.
O bilhão de famintos catalogados pela FAO no planeta representa 40 milhões a mais do que a um ano atrás, 2007. Um retrocesso significativo.
O desafio, sintetizado nos Objetivos do Milênio, de reduzir à metade a miséria no mundo, a esse ritmo está muito longe de ser alcançado. Pelo contrário, se distancia.
Se a meta para o ano 2015 era reduzir à metade o número de atingidos pela "enfermidade" fome, a esse ritmo, essa meta não será alcançada antes de 2150. Isto é, um século mais tarde do que o previsto.
Tempo político tremendamente longo para aqueles seres empobrecidos, especialmente situados no Sul geográfico (e sociológico), que sentem dia a dia o impacto irreversível da falta de alimentos.
Se a fome é a ponta mais dramática do iceberg denominado exclusão, outros indicadores oficializados pelas instituições financeiras internacionais (IFIs), como o Banco Mundial, amplificam a preocupação sobre o estado real do planeta. Por exemplo, o fato de que 2.7 bilhões de pessoas sobrevivem com menos de 2 dólares diários e que 1.1 bilhão sobreviva com menos de 1 dólar cotidiano.
Declaração inconclusa. Desafios que esperam ser executados. Ou por acaso o acesso à alimentação básica não constitui o direito humano mais básico e fundamental de qualquer ser vivente?
* Colaborador de Adital na Suiça. Colaboração E-CHANGER, ONG miembro da Plataforma Comunica-CH
Fonte: ADITAL - http://www.adital.org.br/
Sergio Ferrari, desde as Nações Unidas, em Genebra, SuíçaTradução: ADITAL
Era o dia 1º de dezembro de 1948. Apenas passados os horrores da II Guerra Mundial.
Nesse dia, os representantes dos 58 Estados que, na época, integravam as Nações Unidas assinaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento "fundador", que continua servindo de marco e referência ao funcionamento de um mundo que se auto-proclama civilizado.
2008, uma cifra que cria pânico: 963 milhões de pessoas passam fome no planeta. Assim apresenta um informe da Agência das nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que acaba de ser publicado.
60 anos mais tarde, após a assinatura daquela Declaração visionária, os Direitos Humanos vivem uma de suas piores crises, no âmbito de todos os direitos básicos, dos econômico-sociais e culturais.
O bilhão de famintos catalogados pela FAO no planeta representa 40 milhões a mais do que a um ano atrás, 2007. Um retrocesso significativo.
O desafio, sintetizado nos Objetivos do Milênio, de reduzir à metade a miséria no mundo, a esse ritmo está muito longe de ser alcançado. Pelo contrário, se distancia.
Se a meta para o ano 2015 era reduzir à metade o número de atingidos pela "enfermidade" fome, a esse ritmo, essa meta não será alcançada antes de 2150. Isto é, um século mais tarde do que o previsto.
Tempo político tremendamente longo para aqueles seres empobrecidos, especialmente situados no Sul geográfico (e sociológico), que sentem dia a dia o impacto irreversível da falta de alimentos.
Se a fome é a ponta mais dramática do iceberg denominado exclusão, outros indicadores oficializados pelas instituições financeiras internacionais (IFIs), como o Banco Mundial, amplificam a preocupação sobre o estado real do planeta. Por exemplo, o fato de que 2.7 bilhões de pessoas sobrevivem com menos de 2 dólares diários e que 1.1 bilhão sobreviva com menos de 1 dólar cotidiano.
Declaração inconclusa. Desafios que esperam ser executados. Ou por acaso o acesso à alimentação básica não constitui o direito humano mais básico e fundamental de qualquer ser vivente?
* Colaborador de Adital na Suiça. Colaboração E-CHANGER, ONG miembro da Plataforma Comunica-CH
Fonte: ADITAL - http://www.adital.org.br/
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