“A repressão é terrível”, afirma manifestante em Honduras

O golpe militar em Honduras, realizado para impedir uma consulta ao povo hondurenho, tem gerado conflitos dentro do país e com a diplomacia mundial. A Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou que se o país não desfizer o golpe e recolocar o presidente Zelaya no poder, Honduras será suspensa da Organização. Zelaya afirma que volta ao país na quinta-feira (02). Caso retorne, os militares ameaçam-no com uma ordem de prisão.

A imprensa hondurenha que criticava o golpe foi perseguida e fechada. Lideranças de movimentos sociais e populares receberam ordem de captura. Em reportagem divulgada pela Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), há um relato da situação no país.

“A repressão é e foi terrível. Começaram a disparar, e o exército entrava nas casas e nos negócios. Às seis da tarde começa o toque de recolher e há grande preocupação com as direções operárias, campesinas e estudantis. Os meios de comunicação massivos foram fechados, só são abertos com condições e sem garantias, porque estamos em um estado de indefinição total.”

Com o aumento dos protestos, que já contam centenas de feridos e ao menos 50 pessoas presas, os militares decidiram estender até a sexta-feira (03) o toque de recolher.

Países de todo o mundo condenam o golpe de estado em Honduras. A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a tomada do estado pelos militares e pediu a recondução de Zelaya à presidência. O Brasil suspendeu programas de apoio a Honduras e não reconhece o presidente nomeado pelo golpe, Roberto Micheletti.

De São Paulo, da Radioagência NP, Ana Maria Amorim.

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