Anistia Internacional comemora entrega de área da Syngenta ao governo do Paraná
A Anistia Internacional, com sede em Londres, divulgou nota, dia (20/10), comemorando a decisão da multinacional suíça Syngenta Seeds em ceder o campo experimental de 127 hectares, em Santa Tereza do Oeste, para o governo do Estado do Paraná, no último dia 14 de outubro. O acontecimento marca positivamente o término de um violento conflito pela posse da área.
Após vários meses de pressão por parte de ativistas rurais, de grupos de direitos humanos e do governo estadual, a decisão da Syngenta representa um passo importante na defesa dos direitos humanos das pessoas que lutam por sua sobrevivência e pelo direito à terra em todo o estado. A doação acontece no momento em que se completa um ano dos assassinatos do líder do MST Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Keno, e de Fábio Ferreira, segurança privado a serviço da Syngenta. As mortes ocorreram no dia 21 de outubro, após um atentado ilegal de despejo por empregados da NF Segurança, empresa de segurança contratada pela Syngenta, diz a nota.
“Um ano depois do incidente, a NF Segurança continua a prestar seus serviços aos proprietários de terras locais, apesar de sua licença ter sido revogada em setembro. Embora as investigações oficiais, inclusive o inquérito sobre o assassinato de Keno, tenham constatado haver provas abundantes de atividades irregulares ou ilegais, a empresa continua funcionando enquanto a decisão sobre um recurso é aguardada”, denuncia nota.
Para a organização internacional, é vital que as autoridades federais e estaduais de todo o Brasil adotem medidas para controlar a proliferação de empresas de segurança irregulares ou ilegais, muitas das quais estão atuando efetivamente como milícias ilegais a serviço de proprietários de terras ou da indústria do agronegócio.
A Anistia Internacional pede ainda, que as autoridades do Paraná assegurem-se que o julgamento atenda as normas internacionais para julgamentos justos, de modo que somente os verdadeiros culpados sejam levados à justiça. É hora de pôr fim à impunidade pelas mortes no campo e à proteção dos interesses econômicos e políticos.
O julgamento dos acusados pelos assassinatos de Keno, militante do MST, e do segurança morto terá início em novembro.
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